Com o passar dos anos, muitos líderes de negócio foram percebendo a vantagem competitiva de quando, juntos com a TI, desenvolvem soluções para suportar o negócio com maior produtividade e eficiência resultando na percepção positiva que clientes tem a respeito de produtos e serviços, no aumento da base de clientes e no incremento de receita.
Com isso, a TI passou a ser demandada além da Gestão de Operações de TI, responsável por manter sistemas e ambientes funcionando (como abordei na última newsletter), para se tornar um pilar estratégico indispensável nas organizações. Impulsionada pelos recentes avanços tecnológicos e pela crescente demanda por soluções que conectam eficiência operacional à estratégia empresarial a TI passou a ter uma cadeira relevante no Comitê Executivo, além de participar de Comitês que assessoram o Conselho de Administração.
Diante desse cenário, novas competências, novos processos e métodos são necessários na TI para que soluções inovadoras possam ser projetadas, construídas e implementadas com sucesso para o negócio.
Cito exemplos práticos que estamos vendo no posicionamento de algumas empresas:
- 🛒E-commerce e personalização: Empresas como Amazon e Mercado Livre utilizam inteligência artificial para analisar os hábitos de compra dos consumidores. Com isso, conseguem oferecer recomendações personalizadas que aumentam o engajamento e maximizam as vendas.
- 🏭Indústria 4.0: Fabricantes integram sensores IoT (Internet das Coisas) para monitorar equipamentos em tempo real. Essa tecnologia permite prever falhas, reduzir custos de manutenção e otimizar processos produtivos. Empresas como a Siemens Energy e a GE lideram essa transformação. A Siemens utiliza soluções como o MindSphere, uma plataforma de IoT que conecta máquinas e analisa dados para maximizar a eficiência. Já a GE implementa o Predix, um sistema que monitora e analisa dados de equipamentos industriais, ajudando a prever falhas e melhorar a performance operacional.
- 💵Setor financeiro: Instituições bancárias adotam blockchain para garantir maior segurança e transparência em transações financeiras, além de simplificar operações como contratos inteligentes e transferências internacionais. Um exemplo é o J.P. Morgan, que utiliza sua plataforma baseada em blockchain, a Quorum, para facilitar transações seguras entre empresas. O Santander também lidera iniciativas com o uso de blockchain em pagamentos internacionais por meio da solução RippleNet, que reduz custos e acelera o tempo de processamento das transferências.
Mas o que todos esses exemplos tem em comum? O redesenho de processos e a capacitação das pessoas de negócio que não só utilizarão as soluções desenvolvidas, mas também irão melhorá-las ou substituí-las futuramente por novas soluções ou inovações.
As soluções para se manterem relevantes necessariamente precisam continuar evoluindo, e então vem a necessidade de gerenciarmos as soluções tecnológicas como produtos, entendendo seu ciclo de vida e avaliando dois diferentes aspectos:
⏩Um para o tecnológico para decidir por quanto tempo mais investir na tecnologia que a solução foi desenvolvida. Aqui me refiro a todas as tecnologias, desde linguagens, banco de dados, fronts, interfaces, clouds, etc.
⏩Outro para o negócio para entender se o produto ainda mantém seu propósito original sendo atendido e entregando valor esperado.
Se eu puder dar algumas dicas práticas para iniciar essa jornada, seriam:
- 📚Invista na capacitação das equipes: Treine os colaboradores para que compreendam e dominem as novas tecnologias e métodos, e aqui não só membros da TI como do negócio também. Isso garante não apenas a implementação será eficaz, mas também a inovação será contínua.
- 📊Mensure os resultados: Avalie o impacto das soluções de TI nos resultados do negócio. Use métricas claras para identificar o retorno sobre o investimento (ROI) e ajustar estratégias conforme necessário. Os custos de TI precisam ser avaliados versus os resultados que estão trazendo para o negócio.
- 💡Cultive uma cultura de inovação: Promova um ambiente onde tecnologia e estratégia estejam alinhadas. Incentive a troca de ideias entre diferentes áreas e estimule a criatividade como parte do DNA organizacional.
Ao reconhecer e adotar o papel estratégico da TI, as organizações não apenas permanecem competitivas, mas também lideram a transformação em seus respectivos setores.